Estética da Arte e Conceito de Belo e Feio na Arte



Estética da arte 

 


Atualmente, o termo “Estética” é considerado pelo senso comum como algo meramente referente à beleza corporal e à forma. “Centro de estética e beleza”, “cuidados com a estética”, “estética facial” e “estética corporal” são algumas expressões usadas e não apresentam o caráter filosófico próprio do termo, visto muitas vezes como dissociado de uma ciência.

O que é estético, assim como entendiam os gregos, atrai os sentidos. Logo, tudo o que atravessa as sensações humanas poderia ser considerado “coisa” estética. Entretanto, as teorizações acerca da Estética com o olhar para o homem como produtor de conhecimento sobre suas experiências sensoriais só acontecem, assim como nos damos conta hoje, a partir do século XVIII, quando o conceito grego aisthetiké é rearticulado e redirecionado para as discussões sobre o Belo partindo de uma perspectiva antropocêntrica.

Voltada principalmente para a beleza e à arte, a Estética está intimamente ligada à realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir, completar, alterar, apropriar-se do mundo como realidade humanizada. Na contemporaneidade, a Estética nos conduz para além do império da técnica, das máquinas e da arte como produto comercial, ou do belo como conceito acessível para poucos, na busca de espaço de reflexão, pensamento, representação e contemplação do mundo.

A estética começou por ser sobretudo uma TEORIA DO BELO, depois passou a ser entendida como TEORIA DO GOSTO e nos nossos dias é predominantemente identificada com a FILOSOFIA DA ARTE. Há fortes razões para considerar que estas três formas de encarar a estética não são apenas diferentes maneiras de abordar os mesmos problemas. É certo que gostamos de coisas belas que também são arte, mas não deixa de ser verdade que as coisas que consideramos belas, aquelas de que gostamos e as que são arte, formam conjuntos distintos. Afinal, até é banal gostarmos de coisas que não são belas e muito menos arte; assim como podemos nomear obras de arte de que não gostamos nem consideramos belas.

Uma obra de arte não está obrigada a ser entendida e aprovada em princípio - particularmente - por qualquer que seja. A função da arte não é a de passar por portas abertas; mas a de abrir portas fechadas. Quando o artista descobre novas realidades, porém, ele não consegue apenas para si mesmo; ele realiza um trabalho que interessa a todos os que querem conhecer o mundo em que vivem, que desejam saber de onde vem e para onde vão. O artista produz para uma comunidade. Perdeu-se de vista esse fato no mundo capitalista. a arte deve procurar cumprir a tarefa de restabelecer sua unidade, através de um processo lento e doloroso, para erradicar, afinal, todos os sintomas de alienação.

O ser humano, desde a antiguidade, se volta para as questões estéticas e de percepção sensorial, além de atribuir valor às produções humanas, o que inclui a arte. A arte é o meio pelo qual o homem expressa um conceito e se manifesta, desde os primórdios até a atualidade. Platão e Aristóteles utilizam da filosofia para refletir a “arte” do ponto de vista da poética, esta, então, entendida como um produto da fabricação humana, abrangendo assim, “seres, ações e gestos artificiais (…) produzidos pelos artífices ou artistas”, principalmente no que diz respeito às práticas da palavra falada e escrita, do canto e da dança.

Nesse mesmo contexto histórico, a Arte nada mais é que, etimologicamente, o resultado das realizações técnicas do homem, obra executada com intenção meramente utilitária, e o conhecimento envolvido na confecção de objetos de utilidade prática, fazendo da arte e do artesanato sinônimos. Porém, em contraposição a tal entendimento costumeiro da sociedade grega acerca dessa arte “técnica”, estes filósofos já se debruçavam sobre o valor tanto social quanto político dessas produções. Por esse motivo, em obras da filosofia grega já podemos identificar tratados com o objetivo de distinguir, dentre as “artes poéticas”, as matérias nobres, ligadas às virtudes das matérias vis, ligadas aos vícios e a validade de cada uma delas para um “bom” aproveitamento e aperfeiçoamento moral da sociedade e da administração da cidade-estado.

É somente no fim do século XVII que se inicia o processo de distinção entre as artes da utilidade e as artes da beleza, em que a primeira será vista pela perspectiva do ofício e a segunda pela da estética, desenvolvida pela filosofia como uma disciplina ou teoria, segundo Baumgarten, “do belo e das suas manifestações através da arte”. Enquanto disciplina filosófica do belo, a Estética, então, se encarrega de refletir e analisar o que se entende por conhecimento sensorial ou experiência sensível e de “teorizar princípios pertinentes ao belo”.

O belo ou aquilo que satisfaz os sentidos, por sua vez, dentro das discussões filosóficas pode ser visto como algo essencial - já defendia Platão - ou seja, possui uma essência em si mesmo (assim como as coisas belas têm em si a essência do belo: são necessariamente belas), ou como algo subjetivo, ou seja, um juízo de gosto (o valor de belo é atribuído de forma “individual”, por quem sente: são relativamente belas). Porém, o gosto estético é, em grande medida (e muitas vezes inevitável), estabelecido pelas dinâmicas culturais, criando padrões de valor, assim como padrões de juízo estético em determinado tempo ou lugar, e é a partir dessa premissa que surge a Filosofia da Arte.



Conceito de belo e feio na arte

Considerado indigno de ser objeto de análise teórica, o feio era excluído do domínio estético, por um lado, devido à limitação deste domínio ao belo e, por outro, à definição, herdeira da tradição metafísica, do feio como negativo do belo. No séc. XX, com o alargamento do conceito de Arte, esta passou a ser reflexiva e a incluir em si o feio como forma de colocar em questão os seus próprios fundamentos. Se anteriormente era apenas tolerado na arte quando o tratamento estético anulava o seu caráter, o Feio passou, então, a ser integrado precisamente devido ao seu caráter repulsivo. Neste contexto, pareceu-nos evidente que a dicotomia belo/feio – da qual decorre a idéia do feio como mero negativo fantasmagórico do belo –, se mostrava inadequada para analisar as obras de arte contemporâneas. Assim, procuramos fundamentar filosoficamente o conceito do feio.

A associação entre o belo e o bom teve por consequência a associação entre o feio e o mau. Assim, as personagens más das histórias infantis são feias, como as bruxas, enquanto as heroínas são formosas. Satanás é representado em formas monstruosas nas catedrais góticas, e sua feiura tem por finalidade colocar o fiel no caminho da virtude através do medo. Se toda a arte de estilo clássico desde os gregos buscava ser bela, o século XX vai resgatar o feio como um instrumento da luta modernista contra o classicismo.

Ao abandonar o belo, as vanguardas abriram todo um leque de novos sentimentos estéticos. O objeto feio pode ser expressivo, trágico, grotesco, perturbador ou inventivo e, é claro, sua observação pode causar grande prazer. O século XX desenvolveu um gosto pelo feio. Formalmente, podemos definir o feio como o oposto visual do belo, isto é, como o que se apresenta disforme, desordenado ou desproporcional.

O belo é um conceito relacionado à determinadas características visíveis nos objetos (ou seres). Historicamente, é o fruto maior da estética clássica, grega e romana. Foi desenvolvido pelos filósofos gregos e exemplarmente demonstrado em suas escultura, arquitetura e pintura. Estas obras seguem sendo, passados mais de dois mil anos, os paradigmas dos objetos belos. Eu posso gostar do que é feio, do que é amargo ou assustador, portanto não é o gosto que define o que é belo.Acompanhando a milenar tradição clássica, podemos definir o belo formalmente, isto é, a partir de certas características das formas dos objetos. Estando presentes estas características, o objeto tem larga chance de ser belo. Posso não gostar dele, posso considerá-lo frio e distante como um estranho extraterrestre alheio às imperfeições e paixões da vida, mas ele adequa-se aos critérios de beleza de 20 séculos de arte e arquitetura. Três destas características formais são a ordem, a simetria e a proporção. Pensadas na Grécia clássica, estas três categorias atravessaram milênios de história, informando muita da arte gótica, renascentista, neoclássica etc. até os dias de hoje.



Resumo

Estética é a ciência que estuda a noção do belo, mas nunca dita o que é belo ou não. Existiam a algum tempo atrás, mais precisamente antes do século XX, ideias de beleza que todos os artistas tinham obrigação de seguir era o chamado de padrões de beleza. A noção de beleza até então era aquela noção acadêmica e que interessava somente à parte dominante da sociedade. Uma pintura tinha que ser exatamente como uma fotografia, uma música tinha que ter certa quantidade de compassos matematicamente definidos e de preferência que fosse tonal. O teatro ou a literatura só contavam histórias que continha o tal de começo meio e fim. A dança jamais que poderia ter o visual da nudez como se faz hoje em dia. A partir do século XX as coisas mudaram, nossos artistas começaram a romper com os "padrões" do passado e surgiu o que chamamos hoje de arte contemporânea.

Os conceitos sobre estética passaram por várias mudanças de pensamentos, valores, através de fundamentos de grandes filósofos como Kant e Hegel. O “Belo” faz parte dos conceitos estudados pela estética, principalmente no contexto da arte clássica, mostrando também o estudo do princípio da “Arte do Feio”. Demonstra a fascinação do estudo do Feio, proposta esta que causa efeitos diversos no período moderno e contemporâneo, através de uma comunicação diferenciada entre o artista e o público. A apresentação das propostas de rupturas estéticas dos artistas Marcel Duchamp, Andy Warhol e Francis Bacon, os quais produzem obras com uma estética transformadora, revelando as necessidades de uma visão da sociedade contemporânea.

 


Fontes
http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/
http://lecaisse.wordpress.com/
http://filomoniz.blogs.sapo.pt/
http://www.webartigos.com/
https://br.answers.yahoo.com/
http://repositorio.ul.pt/
http://www.auladearte.com.br/
http://www.trabalhosfeitos.com/
"Livro de Filosofia: FILOSOFANDO, Introdução à Filosofia.
Maria Lúcia de Arruda Aranha – Maria Helena Pires Martins".
P. 413, 417, 418, 419, 420, 421, 422, 423, 428, 429, 431, 437, 438, 444, 445, 446 e 450.

Postar um comentário

22 Comentários

  1. Ei, muito boa a postagem. Parabéns! :-)
    Talvez tenha interesse em ver nossos posts sobre lipo de papada e vasos decorativos. Obrigado! ;-)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Diego. Muito obrigado pelo comentário 😊 Fico feliz por ter gostado do conteúdo!
      Vou sim dar uma olhadinha, pode deixar.
      Feliz início de 2020!! ❤

      Excluir
  2. Ei, muito boa a postagem. Parabéns! :-)
    Talvez tenha interesse em ver nossos posts sobre lipo de papada e vasos decorativos. Obrigado! ;-) e muito bonito isso

    ResponderExcluir
  3. Kethellyn Lorrane Sousa Siqueira muito bom esse assunto

    ResponderExcluir
  4. muito bom o conteudo ......tirou umas duvidas da minha caixola kkk

    ResponderExcluir
  5. muito bom exatamente o que tava procurando

    ResponderExcluir
  6. O conteúdo apresentado é muito informativo e o/a parabenizo por tal, mas acredito que possam melhorar a interface de seu site, a leitura é meio conturbada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado! Demorou, mas estou voltando a mexer com o blog, e logo logo resolvendo esses problemas na interface.

      Excluir